quarta-feira, 4 de junho de 2014



"Quadro belíssimo
que nenhum pintor inventaria." (Mauro Velasco)


UMA PINTURA ERÓTICA

Eles fugiram para o paraíso, bem, pelo menos, o mais próximo disso. A casa é confortável, aconchegante. Fica bem no meio de uma reserva florestal. A casa é toda rodeada de belas árvores e na frente, vê-se o mar. Tudo que alguém pode esperar em questão de paz, conforto e tranquilidade.
Sempre que podem, fogem para lá. Fogem do mundo arisco, do mundo de descaminhos, do mundo onde o que é, não pode deixar de ser, e quando eles encontram um espaço na agenda, onde sabem que não estão sendo vigiados por todos os lados, pegam a estrada e rumo ao cantinho do prazer.
O que ela mais gosta, depois de fazer sexo com ele, é pintar, e o que ele mais gosta, depois de fazer sexo com ela, é ler, então, dentro desse universo particular, quando não estão se amando, ou fazendo uma pausa pra recompor as energias, é fazer a segunda coisa que mais gostam.
Ele estava lendo um romance que foi divulgado na mídia e chamou sua atenção. Seu canto predileto, é uma das laterais da casa, com uma varanda larga, com boa iluminação e excelente ventilação. uma rede confortável e almofadas em volta, mais parecendo um ninho.
Ela já não tinha tanto conforto, pois pintar, requer uma postura firme, de preferencia em pé, e com os apetrechos à volta para facilitar o trabalho.
Estavam a uma distância de seis metros, pra que a cheiro da tinta não incomodasse seu homem.
Ela havia decidido pintar um auto retrato. O quadro seria o seguinte:
Ela mesma, pintando uma tela, em pé, nua, com saltos altos, apenas com um avental pequeno na frente para não se sujar, muitas tintas em volta.
Ela estava em frente a uma grande porta de vidro espelhada, o que lhe dava conforto para rabiscar a cena na tela.
A cena evoluía, com ela pintando e ele lendo.
A certa altura, ele começou a observa-la, e devora-la com os olhos.
Já não conseguia concentrar-se na leitura. O romance já não tinha tanta importância.
Bem ali, à sua frente, estava a mulher que ele desejava em todos os segundos do dia.
Olhava para o livro, olhava para aquele corpo nu à sua frente, o rascunho do seu corpo na tela, as tintas à volta, e seu membro já começava a despertar, tomar forma, a ficar duro, e ele começava a remexer-se na rede, e chamou atenção dela.
Ele começou a tocar-se, e ela percebeu, então propositadamente, deixou um pincel cair embaixo de um banco próximo, e abaixou-se a fim de recuperá-lo, e era linda a visão daquela mulher nua, com as ancas voltadas para o lado do seu amado, e ele estava perturbado com a visão de sua bunda, lisinha, sua vagina exposta, colocando-se à disposição dele, até que não aguentou e chamou-a para ver o estado que ele estava.
Ela chegou perto, tirou o avental, ajoelhou-lhe do lado da rede e tocou seu membro delicadamente, e começou a brincar com ele, e ele estava muito excitado, então ela levantou-se, passou uma das pernas sobre a rede e sentou-se sobre ele, e o engoliu profundamente, e começou a jogar seu peso para que a rede balançasse no ritmo dos dois, lentamente, e depois freneticamente, e o homem enlouqueceu, e os dois se abraçaram e se beijaram, e se lamberam e ela mais uma vez comia seu homem, cheia de desejo,
e fizeram na realidade o que ela pretendia pintar na tela, acrescentando o homem na rede, e ela o comendo, o dominando, o deixando completamente fora de si.
E assim os dois chegaram juntos ao gozo, e depois disso repousaram, juntinhos, sentindo o vento da tarde, arrepiando a pele, e deixando claro que aquela era umas das coisas que eles mais gostavam de fazer.

Valentina Fraga

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